sexta-feira, 4 de abril de 2008

O gás

Quinta-Feira, Méier - Rio das Pedras

Pré-Vestibular

Bem, se tem algo que eu aprendi e bem é a ter o poder de animar ou desanimar muito alguém. Mexer com o psicológico das pessoas foi uma "habilidade natural" desenvolvida e trabalhada por mim desde cedo (óbvio que ainda falta bastante pra chegar no ápice). Esta característica foi um dos fatores que amadureceu meus pensamentos, minhas idéias e também não menos importante minha paciência.
Por que disse isto? A situação da turma era a seguinte:
A maior parte (de origem pública) tinha uma base de conteúdos próxima a zero mesmo no terceiro ano e quando viu o simulado feito pela nossa equipe... tombou literalmente.
Uma parcela desistiu no meio do caminho, deixando o cartão respostas das objetivas e discursivas em branco. Como o esperado desistiram rápido, tal como foram criados desde o início de sua vida escolar financiada pelo nosso honorável poder público.
Por consequência, quando viram o resultado (os poucos que fizeram), perceberam que suas notas foram muito baixas e desanimaram.
Vendo este estado deprimente da turma, utilizei este meu "amado" poder de persuasão (pena que não uso ele pra ficar sempre por cima) para convencê-los de que era apenas o começo e que o vestibular é composto de derrotas o ano inteiro para que a vitória ocorra na hora da prova. Que era um novo ponto de vista que eles teriam a partir daquele momento: O ponto de vista de quem pensa, critica, erra, não desiste e quer vencer na vida.
Estes elementos são fundamentais para a vida e sem eles não tem como progredir.
Óbvio que como bom metaleiro e que sou, incentivei vários gritos de guerra e vitória pra dar aquela animada. Resultado: Ganharam gás e a porradaria continuou. E aguentaram.

Sexta-Feira, Méier - Brás de Pina

7º Ano

A primeira coisa que fiz foi ler o texto do último post. A seguir disse que este é o cenário que, nós, como agentes modificadores do futuro encaramos e desprezamos todos os dias. Que o que não damos valor, outros dão e matariam para ter (Ex.: comida e água). E pedi para que eles abraçassem os parentes que os colocaram para estudar e que eles fazem isto porque querem que eles os superem. O mínimo que eles merecem e esperam é gratidão. Dinheiro não paga isto. O lucro é da alma e do coração e ninguém pode tirar. Disse também que como professor eu exijo que me superem pois, com isto teria motivos de sobra para sentir orgulho deles. Além disto tudo, também disse para darem valor a quem está na frente deles em sala de aula, pois se fazemos isto é porque acreditamos que podemos mudar o futuro.
Quando acabei de falar, três garotas já estavam em prantos, um menino (um dos bagunceiros) estava segurando o choro e o restante da turma gerou algo que nunca vi na minha vida: Algo parecido com uma "energia" de aceitação, como se todos ao mesmo tempo se mostrassem gratos por serem valorizados e por alguém, sei lá, ter mostrado quem é o real inimigo. No mesmo momento meus olhos se encheram de lágrimas e numa tentativa de não mostrar a emoção, iniciei a aula com muita, mas muita matéria....

6º Ano:

Nesta turma repeti o mesmo texto, só que logo vi que, talvez pela maioria ainda ser muito infantilizada apenas acharam bonito o texto. Reparei de cara que o que reinava era a curiosidade pela experiência.
Ahh! Esqueci de contar! A Experiência!
Foi assim:

"Planeta na Garrafa"
Material:
- Duas garrafas pet (ou menor se quiser)
- Areia
- Feijão
- Bolas de isopor

Objetivo:
- Relacionar a diferença de densidade dos materiais da experiência com a formação do núcleo, manto e crosta.
- Aplicar a noção de separação de elementos proposta com a formação do NIFE ( areia), Manto (feijão) e SIAL e SIMA (isopor).
- Criar a famosa "curiosidade geográfica", ausente na vida da maioria da população.

Método:
- Sacudir o recipiente e ver no que dá ^^

Reação da turma: OOOOHHHHHHHH!!!!! QUE MANEIRO!!! COMO ELE FEZ ISSO?? O PROFESSOR É MAGO!!!

Aí eu expliquei a matéria e depois dei aula de exercícios - Rapadura é doce mas não é mole, hehehe
Nem preciso dizer que eles ficaram afoitos por uma nova experiência.

Brás de Pina - Méier

Pré-Técnico:

Aula muuito viagem. Geologia comigo é sempre uma orgia de viagem entendível (normalmente). O professor tem normalmente três opções neste tipo de aula: Ou faz a turma viajar e entender, viajar a boiar legal ou dormir. E não foge muito disto. Quando aluno prefiria a terceira sem dúvidas!
Mas aí aparece o coringa da aula: A vontade de peidar.
Puta que pariu!! Porque professor não pode peidar com vontade?? Caraca! Segurar um peido por uma hora pode me render broxices no futuro!!! E eu não quero isto!!
Sem sacanagem, quando ficar velho no magistério vou peidar sem classe nenhuma na frente da turma... tipo velho bêbado de bar em dia de jogo. Nem espera o gol e já solta os fogos amarradão!

A tática foi ficar atrás do ventilador e falar uma merda. Pô, faltava 25 minutos pra aula acabar e não estava aguentando. Presisava mandar o "gás" antes que a próstata sentisse (por que eu escrevi isto?). Aí na hora da gargalhada eu soltei o maior HAHAHAHA-PLOFT-PLOFT-HAHAHAHA acompanhando a gargalhadada turma.

Leveza reina...

Amanhã fico de fiscal da prova!! Tenho que escrever sobre isto!!! Até sábado ou domingo então!!

Um comentário:

Cayo Nauan disse...

massa...
teu blog tá muito bom!!!
vestibular = medo